Como escritor e professor de literatura Ricardo Ramos Filho, doutor em Letras pela USP, ministra diversos cursos e oferece palestras sobre os assuntos abaixo.
Qualquer um dos cursos ou palestras podem ser contratados e administrados pela empresa do autor: Ricardo Filho Eventos Literários.
O curso será oferecido em duas aulas de 90 minutos.
1ª Aula – A Literatura para crianças no Brasil.
2ª Aula – O Brasil refletido no texto para crianças.
Resumo 1ª Aula
Situaremos nesta 1ª aula o início da literatura infantil brasileira, em que moldes ela se forma, e que Brasil reflete.
Iremos até a década de 30, quando Monteiro Lobato se firma com representante maior da literatura para crianças no país.
O que traz de novo a literatura infantil de Lobato e como, ao mesmo tempo, aponta para um cenário cultural de racismo que dominaria a nação para sempre.
Resumo 2ªaula:
Visão do que Lobato deixou de positivo.
Visão do legado negativo de Lobato: “Chega de se relevar a sua influência racista!”.
Interpretação do Brasil a partir do texto polêmico de Lobato.
Até que ponto uma sociedade tão pouco fraterna (onde estaria o homem cordial de Sergio Buarque de Holanda?), violenta, misógina, homofóbica e racista tem a ver com o texto de Lobato?
Como Lobato, no início condenado pela Igreja, tornou-se o que é hoje?
A literatura arejada e proibida de Lygia Bojunga como negação do Brasil de hoje.
O texto visual na literatura para crianças.
A necessidade da criança se ver representada no texto (experiência pessoal).
No curso refletiremos sobre a literatura infantil que se escreve no Brasil hoje. Analisaremos o cenário atual, discutindo a produção realizada.
O curso é dado em forma de oficina. Procura-se trabalhar o texto de maneira a que o aluno possua o entendimento necessário para pensar e estar apto a escrever um conto.
José Saramago é um escritor imenso, único em língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel. No curso falaremos sobre a vida do autor e abordaremos algumas de suas obras mais importantes: "O ano da morte de Ricardo Reis, Ensaio sobre a cegueira, Memorial do convento, As intermitências da morte, Levantado do chão, Objecto quase". Falaremos também de sua obra infantil "A maior flor do mundo".
Organizador, apresentador e mediador: Ricardo Ramos Filho
Proposta:
Depois de muitos anos incluindo Vidas secas de Graciliano Ramos em seus vestibulares, a FUVEST resolveu mudar, trocou a obra por Angústia, do mesmo autor. Neste ciclo de quatro palestras de 90 minutos cada, mediadas pelo escritor e professor Ricardo Ramos Filho, neto de Graciliano, pretende-se estudar o romance sob óticas diversas, usando-se para isso o conhecimento de profissionais altamente preparados para abordar os vieses em questão.
Mediação durante as quatro palestras:
A mediação visa dar um caráter de informalidade às apresentações, permitindo um diálogo entre mediador e especialista que buscará elucidar eventuais dificuldades de interpretação nas exposições.
Primeira Palestra: Angústia e a literatura
Palestrante: Luciana Araujo Marques
Neste encontro vamos abordar o contexto da publicação de Angústia, que se deu durante o encarceramento de Graciliano Ramos, o lugar deste romance no conjunto da obra do escritor, sua recepção crítica mais comentada, para finalmente percorrer numa leitura mais rente ao texto aspectos de sua formalização literária, tais como as marcas de estreitamento encontradas em toda a narrativa, a ausência de capítulos, o solilóquio, entre outras.
Luciana Araujo Marques é jornalista, mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP) e doutoranda em Teoria e História Literária (Unicamp).
Segunda Palestra: Angústia e a filosofia
Palestrante: Juliano Garcia Pessanha
Em uma tentativa de leitura via filosofia de Angústia, o escritor Juliano Garcia Pessanha pergunta se seria de fato a angústia, como sugere o título, a disposição fundamental trabalhada no livro. Nesse sentido, seria possível analisar a angústia segundo os conceitos homônimos encontrados nas obras de Kierkegaard e Heidegger? Com essas questões, o encontro propõe mapear a natureza dos afetos que regem o romance.
Juliano Garcia Pessanha é escritor, mestre em psicologia (PUC-SP) e doutor em filosofia (USP). Publicou, entre outros, Recusa do não-lugar e Testemunho transiente, que reúne sua tetralogia Sabedoria do nunca, Ignorância do sempre, Certeza do agora e Instabilidade perpétua.
Terceira Palestra: Angústia – o caso Luís da Silva
Palestrante: Maristela Vendramel Ferreira
O sofrimento de Luís da Silva, personagem principal do romance Angústia, não poderia ser mais atual, bem como a violência dele resultante. Nesse encontro faremos uma leitura psicológica de Luís como se estivéssemos escutando-o na clínica: o que ele nos conta sobre si mesmo, sobre suas condições de vida e constituição psíquica, como se relaciona com o outro, com sua inserção social, com as faltas e perdas da vida. A angústia, eximiamente narrada por Graciliano Ramos, não é a de todos que vivem em situação de precariedade afetiva e social? Como poderíamos endereçar estas questões do sofrimento e violência na atualidade? O vértice psicanalítico e a possibilidade de modalização dos afetos serão utilizados em nossa leitura.
Maristela Vendramel Ferreira, é psicoterapeuta, pós-doutora em Psicologia Clínica (USP), Ph.D em Audiologia (University of Southampton-Inglaterra), mestre em Distúrbios da Comunicação (PUCSP), especialista em psicoterapia psicanalítica (USP).
Quarta Palestra: Vidas Secas e Angústia: uma conversa sobre o jovem leitor de Graciliano Ramos
Palestrante: Carlos Rogério Duarte Barreiros
Nesta conversa, Carlos Rogério Duarte Barreiros, professor de Literatura de pré-vestibulares há vinte anos, levanta hipóteses a respeito de Vidas Secas e Angústia na perspectiva dos professores e dos alunos de Ensino Médio. Entre elas, destacam-se: em que medida a presença constante de uma obra na lista de leituras obrigatórias do vestibular promove, de fato, a leitura entre os alunos? Quais são os impactos reais na venda dessas obras? Em que medida a forma literária contribui na recepção dessas obras pelos alunos? Em que medida a fortuna crítica das obras contribui para a formação do professor e dos jovens leitores?
Carlos Rogério Duarte Barreiros é Doutor em Literatura Portuguesa pela USP. É professor há vinte e cinco anos, vinte deles dedicados ao ensino de Literatura em cursos pré-vestibulares tradicionais de São Paulo. Na dissertação de mestrado, analisou o impacto de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e de A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, na composição da canção Faroeste Caboclo, da Legião Urbana.
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